
Introdução:
A segurança pública é um dos pilares fundamentais para o bem-estar da sociedade, e as guardas municipais passam a desempenhar um papel crucial nesse cenário. Em fevereiro de 2025, o Supremo Tribunal Federal (STF) proferiu uma decisão histórica que redefine as atribuições das guardas municipais, reconhecendo a constitucionalidade das leis municipais que ampliam sua atuação no policiamento ostensivo e comunitário. Neste artigo, vamos explorar os detalhes dessa decisão, seus impactos e os desafios que surgem para os profissionais da segurança pública.
O Que Decidiu o STF?
O STF firmou a tese de repercussão geral, declarando constitucional a atribuição de funções de policiamento ostensivo e comunitário às guardas municipais. Isso significa que os municípios podem, por meio de leis próprias, regulamentar a atuação desses agentes em atividades típicas de segurança pública, desde que respeitem as competências das polícias Militar e Civil.
Pontos-chave da decisão:
- Policiamento Ostensivo: As guardas municipais podem atuar de forma preventiva e visível, garantindo a segurança urbana.
- Prisão em Flagrante: Agora é um dever do guarda municipal, conforme o artigo 302 do Código de Processo Penal.
- Limites Claros: As guardas municipais não podem investigar crimes, atividade exclusiva das polícias Civil e Federal.
Atribuições e Limites das Guardas Municipais
A decisão do STF trouxe clareza sobre o que as guardas municipais podem e não podem fazer. Vejamos:
O que é permitido:
- Realizar policiamento ostensivo e comunitário.
- Atuar em situações que envolvam condutas lesivas a pessoas, bens e serviços públicos.
- Efetuar prisões em flagrante, sempre dentro dos limites legais.
O que é vedado:
- Realizar investigações criminais, que são de competência exclusiva das polícias Civil e Federal.
- Invadir atribuições das polícias Militar e Civil, como o patrulhamento de rodovias ou a investigação de crimes.
Colaboração entre as Forças de Segurança
Um dos aspectos mais importantes da decisão do STF é a necessidade de colaboração entre as forças de segurança. As guardas municipais, as polícias Militar e Civil devem atuar de forma integrada, respeitando as competências de cada instituição.
Como isso funciona na prática?
- Diálogo constante: Comunicação eficiente entre os órgãos para evitar conflitos de atribuição.
- Respeito às hierarquias: Cada instituição tem seu papel, e a atuação conjunta deve ser pautada pelo respeito mútuo.
- Foco no cidadão: O objetivo final é garantir a segurança e o bem-estar da população.
Controle Externo e Transparência
A decisão do STF também reforçou a importância do controle externo da atividade policial, que é exercido pelo Ministério Público. Isso garante que as ações das guardas municipais sejam transparentes e estejam alinhadas com os princípios constitucionais.
Como isso impacta os guardas municipais?
- Todas as ações devem ser registradas e documentadas de forma clara.
- As guardas municipais estão sujeitas à fiscalização das Corregedorias e do Ministério Público.
- A transparência fortalece a confiança da sociedade nas instituições de segurança pública.
Desafios e Oportunidades
A decisão do STF trouxe novas oportunidades para as guardas municipais, mas também desafios que exigem preparo e capacitação.
Oportunidades:
- Ampliação do papel das guardas municipais na segurança pública.
- Maior integração com outras forças de segurança.
- Reconhecimento da importância desses profissionais para a sociedade.
Desafios:
- Necessidade de treinamento contínuo para atuar dentro dos novos parâmetros.
- Garantir que a atuação seja sempre pautada pela ética e pelo respeito aos direitos humanos.
- Evitar conflitos de atribuição com outras instituições.
Conclusão: Um Novo Capítulo para as Guardas Municipais
A decisão do STF em 2025 marca um novo capítulo para as guardas municipais, reconhecendo seu papel na segurança pública e estabelecendo diretrizes claras para sua atuação. No entanto, é fundamental que esses profissionais estejam preparados para os desafios que surgem com essa nova realidade.
A segurança pública é um dever de todos, e a colaboração entre as instituições é a chave para um ambiente mais seguro e harmonioso.
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Sobre o Autor:
Flávio Milhomem é professor de direito criminal e Promotor de Justiça com atuação no controle externo da Polícia Militar há 10 anos. Com mais de 25 anos de experiência, dedica-se a analisar temas de direito criminal e política de segurança pública relevantes para a sociedade.
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